relato cor de rosa do XTERRA Malta

fotos Marta Costa, Xterra, arquivo pessoal

Aqui estamos nós quatro pra praia.

Depois de um abraço daqueles na Marta, cheios de energia, alinhamos no pórtico.
Largada não pontual. Dois anos que não encaro a água competitivamente. Sim, alguns poucos treinos para chegar aqui, mas nada que me dê muitos créditos. Adrenalina a top. Siga!

São duas voltas de 750m com uma corrida na praia para quebrar o sofrimento.Entro sem ritmo nenhum no mar, coloquei mal os óculos, não respiro direito. Tudo dentro do previsto.Antes de encarar a segunda volta, ainda na praia, faço uma releitura da vivência: “Olha esse mar!” Dificilmente poderia estar nadando numa água mais cristalina. É possível ver os desenhos na areia lá no fundo, ver por onde se nada, ver a imensidão azul quase que fosforescente. Pedras, peixinhos que nadam calmamente. Aqui o mar tá pra peixe, mesmo para aqueles que não sabem nadar. Aqui o momento se faz presente e absorvo a energia do entorno azul. Agradeço.Transição tem que ser rápida para recuperar. Marta na torcida e João nas calmas, chego depois dele e saio antes para o trecho de bike.

Em casa. Na bike é assim que eu me sinto. O circuito são três voltas de 10k. A trilha começa subindo por um terreno todo pedrado. O aclive não é grande, mas o terreno dificulta. Aqui já começo a passar um monte de gente.“Watch out, cool bike passing on your right!” recebo ajuda de alguns riders para me deixarem passar na subida.Coisa que não funciona muito nas descidas técnicas, peço passagem, mas por ordem, se a voz é de mulher poucos homens gostam de abrir, e com jeitinho quando a trilha abre ao passar explico que aqui é onde consigo tirar a diferença das oponentes.

E por falar em adversárias quando o percurso quase que se encontra escuto a Marina :”Vamos, Luli!”

“Cacete! Ela já tá lá do outro lado, isso deve ser uns 10 minutos na minha frente.”

No começo da segunda volta vejo uma das italianas, a única que eu realmente tinha estudado, e imaginava que se fosse para ganhar dela teria que ser na bike. Depois descobri que tempo dela foi o melhor da natação na categoria 23 minutos, contra os meus 33. Passo com ritmo bom e percebo que ela não me acompanha. Bora buscar a próxima! 

Eu sei que tem outra italiana e quando acho fico um tempo atrás dela, consigo passar antes da entrada do downhill técnico e tento ganhar distância, mas agora vem a segunda parte do percurso que tem mais trechos de pisos lisos, onde ela me passa, e passa sorrindo.

Meu pneu tá totalmente no chão, escuto o barulho da roda traseira e sinto dificuldade em pedalar. “Ah não!” O que me salva é a espuma que o André me deu para as rodas, que segura um pouco estruturalmente o pneu.

Numa subida de concreto avisto  um cara empurrando a bike;

“Você tem uma bomba?! Pode me emprestar?”

Tentando por ar no pneu pergunto o que acontece com ele.

“Dois furos, não tenho mais câmaras. Hoje o dia vai ser longo.”O percurso tem pedras muito afiadas. O downhill passava por umas que, “meu Deus!” Eu confesso que facilitei em não ter colocado mais pressão no pneu antes de largar. Agradeço a ajuda de Robert e desejo lhe boa jornada.A terceira volta é administrar as partes técnicas com as partes técnicas. Sim porque o que não era técnico acabou de ficar, com o pneu no chão parece que tem uma poça de óleo a cada curva; a bike fica dando rabeadas a todo instante.

Na última curva para chegada, no limite, quase caio. Tiro a sapatilha ponho o tênis. Pego a Coca-cola na transição e sigo para corrida. No topo da primeira escalaminhada está Marta, nossa melhor torcida.A corrida que eu tinha achado tão branda quando fiz parte do reconhecimento agora estava bruta. O calor tá me tostando. A primeira longa subida sofrida é a mais bonita; daqui vemos o parque, as encostas, praias de mar azul luminoso. A dureza traz beleza. 

Eu sofro enquanto rezo para não ser ultrapassada por ninguém.

Quando o relógio marca 8,5 k passa o João.

“Afinal vou cruzar a meta contigo!”

“Não vai não, siga no seu ritmo.”

Ele some na passada larga dele.Antes de descer para praia, ainda cruzo com a Marta e pego o resto de Cola cola que tinha deixado por ali.

“Você ainda quer Cola, a menos de 1k da chegada?”Daí entende se a quanto tempo eu já estava andando no vermelho.
O João me espera embaixo do pórtico da linha de chegada! Xterra Malta é história e mais uma boa delas.

Até chamarem o pódio eu não sabia a classificação. O terceiro lugar veio com gosto de surpresa.Parabéns Marina, bruta, pelo primeiro lugar na categoria. 

Obrigada Rui, por todo amor, preocupação e carinho. Ao Babovsky meu treinador russo que me põe na linha e tem muita paciência pra treinar uma rebelde. Hihihi o pódio é seu! 

Obrigada João, Marta, Marina pela cia e por dias divertidos compartilhados! 

À todos os amigos e família que estão juntos sempre! 

Love!

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2 Responses

  1. Tu honras cada pedra, cada braçada, cada chão que pisas. Recebes e dás cor a cada lugar que vás! A “MALTA” tem sorte em te ter♡
    Estou sempre contigo ♡

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