Antes mesmo do sol aparecer estava sentada na grama, no topo da Vila Xterra observando a organização dando os seus primeiros passos, escutando a bike e os atletas mais apressados seguirem para a área de transição. A competição tomava vida, enquanto eu absorvia a energia da harmoniosa manhã em Kapalua.
Na praia, emocionada no meio de tantos atletas, no meio dos melhores do mundo:
_ “Bia! Não fica melhor do que isso, aqui é o climax da nossa história Xterra! Meu Deus! Vivemos para estar aqui agora!”
Absorvendo aquela energia alucinate não poderia estar mais emocionada, pisando na areia branca sob o brilho do sol encarava o oceano cristalino que espantosamente estava calmo tão calmo quanto minha alma.
Invadimos a roda de grito de guerra dos japoneses que sorrindo de nossa ousadia nos receberam de braços abertos e compartilharam seu ritual pré largada. O Havaí torna todas diferentes etapas classificatórias em uma só e as diferenças dos povos e culturas dissolviam se nas areias de Maui. Ali a língua universal é a paixão pelo esporte.
A largada foi em partes, primeiro as mulheres de elite, depois os homens e em seguida as mulheres amadoras. Entrei no mar sem pressa e logo estava dando as primeiras braçadas em direção a boia que parecia estar muito longe!
A natação foi absolutamente mágica. Parecia que estava num aquário gigante! A visibilidade impressionava era possível ver com clareza os atletas nadando a distancia, o fundo do mar, o azul reluzente e enquanto me distraía com o passeio ficava para trás. Mais um Xterra, mais uma vez eu seria uma das últimas a sair da água.
Após uma transição rápida e reabastecida saí preparada para o pedal que seria longo. Mesmo sem conhecer era como se tivesse feito o percurso, a Bia e os meninos tinham me preparado muito bem para o que vinha pela frente; um circuito travado cheio de curvas fechadas e muito exposto ao calor.
Endurance. Era assim que tinha decidido encarar o percurso de bike, sim porque não seria como as etapas enfrentadas no ano, pelas condições e altimetria era melhor estar preparada para o pior. Fui num ritmo superior ao que imaginava que conseguiria manter, pelo menos na primeira parte do percurso. Depois do segundo ponto de água comecei a sentir o calor e meu corpo reclamava.
Porque os percursos que nos fazem dar voltas nos deixam malucos? Consigo contar nos dedos todos os dias de competição que tive que andar as voltas já bem perto de onde devería chegar. O primeiro dia de Cape Epic, o ultimo dia de Transrockies. Lá vamos nós para mais uma voltinha no percurso sinuoso. Haja psicológico!
“Luli, os últimos 5 quilômetros são um single track sem fim.” _ Era possível ver o hotel, as vezes ouvir o locutor. Ainda bem que Bia tinha passado todos os segredos do percurso.
Depois de muitas horas estava na transição para o ultima modalidade da competição. Entrei feliz para o trecho de corrida, sabendo que o pior já tinha ficado para trás. Na subida conseguia correr e ditar um ritmo bom.
Não demorou muito eu estava de volta a praia de Kapalua para os 200 metros finais de areia e a última corrida antes de cruzar o pórtico. Com 4’47 h de competição acabava o mundial de triathlon Xterra.
Obrigada Suunto que me introduziu num circuito tão divertido e competitivo. Bia e Andre por tornarem a experiência havaina muito mais colorida e divertida! Aloha!
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Uma das qualidades que definem você, querida Luciana Cox, é o fato de olhar para o horizonte e não encará-lo como o fim, mas como um recomeço!
Be Pink! Be happy! Be Luli!