XCO Folgosa

No ano passado, numa das voltas longas de mtb, o Rui me levou para dar uma volta na pista de XCO onde seria o campeonato nacional. A pista era extremamente técnica e exigente, dali acho que veio a ideia de competir provas de cross.

Ha um final de semana dos grandes desafios do ano; a Andalucia bke race, a estreia na primeira prova de XCO seria mesmo para aquecer os motores e testar o coração. Um treino onde eu poderia mesmo competir. Depois de uma semana chuvosa de treinos nos rolos, ja estava na hora de sair de casa. Vamos la!

XCO, para quem não sabe é uma prova de Mountain bike curta de voltas em um circuito que não passa muito de cinco quilómetros. O numero de voltas varia de acordo com a categoria. No meu caso, seriam apenas duas voltas.

Antes da prova começar é possível fazer um reconhecimento. Assim foi. Rui, Amorim e eu fomos testar o percurso para aquecer. Com subidas exigentes não tão longas assim, singles fabulosos, partes técnicas e bem divertidas. Pedalar ali estava ajudando a me aliviar um pouco a ansiedade.

“As mulheres largam com os homens?”

“Sim largamos logo depois deles. O pior é quando estamos na segunda volta e eles quase nos atropelam.” _ Tina, minha nova amiga de largada e rival de categoria, respondia pacientemente as minhas perguntas curiosas de marinheira de primeira viagem.

“Não tenho histórico de provas de XCO! Faço mais maratonas, mas esse ano quero me aventurar.”

Alinhamos com mais meninas, ainda assim poucas, atras dos homens. Nos daríamos duas voltas e eles quatro. As 3 categorias masculinas largavam com diferenças de minutos e depois de mais um minuto as mulheres largaram.

foto Sanda Sobral Moura

A saída era no asfalto mas rapidamente ja entravamos num double track. Entrei atras de algumas acelerei para passar mais uma na reta antes de começar a subir. Na primeira subida técnica duas meninas desceram da bike o caminho ficou bloqueado e eu tive que descer, empurrar, ultrapassar para rapidamente subir na bike e seguir em cima dela.

O coração ja estava fora da boca.

A diferença do reconhecimento e da competição é a velocidade, e o famoso a “pressa é inimiga da perfeição” aplica se com louvor aqui; la fui para o chão numa curva fechada. Calma! So administrar! (como se isso fosse possível com o batimento cardíaco la no alto)

A verdade é que numa pista de cross country bem elaborada como essa; cheia de curvas fechadas, drops, enormes pedras e subidas íngremes, não tem como não se divertir. Pilotar a bicicleta sempre foi uma das coisas que me encanta do Mountain bike.

Pelos concelhos de Tina ainda poderia curtir o meu universo sozinha, e segui acelerando ao máximo mas ao mesmo tempo tentando fazer com que isso não prejudicasse a pilotagem, nem sempre funcionava. Fechei os cinco quilómetros da primeira volta em mais ou menos 24 minutos.

Na segunda volta seguia no mesmo ritmo, ja esperando a boiada.

“Só espero eu não me peguem nas descidas.”  Nas descidas técnicas não tinha muito onde encostar, a trilha era muito estreita. Técnicas e divertidas.

La no alto o Pedro Mota, o primeiro da master 30 me passou ventando. Eu ja estava a espera do Rui, e tentava acelerar porque não queria tomar volta dele hahaha. Cheguei no downhill final e ainda consegui descer e aproveitar sem ninguém me desconcentrar. Ufa!

Poucos ainda me ultrapassaram, educadamente. Um sprint final e a meta ja estava para trás. Mal cruzei a linha de chegada parei com a respiração mais ofegante que nunca. Logo em seguida o Rui passou acelerando para a sua quarta volta. Tão concentrado que nem me viu!

Primeira prova de XCO primeiro lugar! Gostei dessa brincadeira. Agora é desacelerar para deixar o corpo preparado para Andalucia Bike Race. Faltam cinco dias!

Obrigada São Pedro pelo sol, Valter pelos treinos, Tina pelas dicas e Rui por…tanta coisa!

Esta aberta a temporada 2018!