Dopey Challenge {os outros 54 quilômetros}

A MEIA MARATONA de 12 k

Na véspera da meia maratona chegou o anúncio; devido a tempestade e probabilidade de raios a prova teria o horário de largada adiantado e seu percurso diminuído.

“Primeiro estranha-se depois entranha-se.” Não é mesmo?

Agora seriam pouco menos de doze quilômetros ao invés dos vinte e um.

Alguns atletas organizaram movimentações para dar voltas no estacionamento.

O que? Ficar correndo às voltas para fechar a quilometragem? Nah!

Respeito a escolha individual, mas vinte anos competindo já me trouxeram um pouco de juízo. Melhor aproveitar o presente do universo; sigamos as regras do jogo e quem sabe…

“Vou ter que me inscrever no Dopey challenge de novo!”

…escuta a Simone e manda mais uma vez pro buraco a promessa de nunca mais correr essas maluquices.

O modelito do dia; Bo Peep e Jessie. Fantasias customizadas pelas respectivas mães! Nesses últimos anos de Disney a festa começa bem antes; quando escolhemos o que vamos ser e procuramos desenvolver projetos. A Jessie rendeu dias divertidos de mãe e filha, pintando camisa, bordando, costurando.

Tivemos que acordar ainda mais cedo por causa da largada antecipada. Minha nossa!

O plano do dia era respeitar a frequência cardíaca, já que pelo ritmo, as cavalas paraguaias não estavam conseguindo.

No meio do percurso encontramos com um cadeirante que estava de Woody e seu comparsa de Buzzlighter; eles corriam muito no nosso ritmo, foi super divertido se juntar a gang Toy Story e se incentivar!

E voando nossa meia maratona reformada já tinha ficado para trás.

A TEMIDA MARATONA

Nunca queimei tantos neurônios tentando estudar a estratégia de uma maratona.

Na véspera ainda estava azucrinando o Rui com planos de pace e alimentação.

Sempre corri o plano tosco; “sai pra morte e torce para que ela seja depois do pórtico de chegada.”

O histórico que tinha eram três isoladas (Disney 2010 / Roterdã 2012 / Roma 2015) e uma dentro do desafio do Goofy (2012)  (a meia e a maratona na época que o Dopey ainda não existia); os parâmetros que eu tinha eram de muitos anos atrás.

Já a Simone estava indo para primeira maratona da vida inserida nesse leque consecutivo de corridas.

Minhas características naturais são de corridas mais curtas, nas maratonas eu nunca consegui manter o mesmo pace até o final.

Em dupla; pelas meias que corremos juntas; eu começo forte e morro, a Si demora para aquecer e termina forte.

Onde é meio do caminho? O Castelo da Cinderela!

Fantasias do dia Frozen: Olaf e Anna. Olaf para já ir entrando no clima gelado de neve da Vasaloppet!

Bora pro ataque!

A Si definiu que largaria mais devagar que os dias anteriores e que iria aos poucos aumentando o seu pace. Acompanhei no começo e seguimos juntas nos divertindo umas boas 3 milhas.

Depois optei por seguir o meu treino que era ritmado por 3 quilômetros x de menos. Estava fazendo uma variação no pace de 20 segundos/k entre o “forte e fraco”. Meus treinos de longa distância tinham sido feitos assim na minha cabeça a distração do objetivo momentâneo funciona bem.

A Si ficou pra trás.

Ai vem o Castelo da Cinderela, o clímax da nossa história, e por mais que mesmo antes de chegar lá a gente já saiba o que nos espera, quando efetivamente chegamos somos inundadas por aquele Joie de Vivre e aquela euforia e gritos da torcida que reverberam em toda célula do nosso corpo. I N C R I V E L !

Hoje a torcida está especialmente afinada “Go Olaf!” Limpo as lágrimas de emoção e sigo.

Quando passo o castelo penso que não posso parar para tirar foto porque a Anna deve estar à caminho.

Dito e Feito. Saindo da Disney ao amanhecer lá vem ela feliz e fagueira! Nesse momento Olaf já dava os primeiros sinais de derretimento.

Ainda estava conseguindo o 3×2 mas depois que a Si me passou pela segunda vez com o seu plano muito bem executado de ir aumentado o pace gradualmente, eu já  não conseguia mais acompanhar.

Anna foi, Olaf derreteu.

No quilômetro 30 estavam Anna e Elsa. A desculpa que Olaf precisava para parar !

Abraço, foto e segue. Capengando.

O percurso da maratona da Disney é muito bem planejado porque quando vem aquele momento do “mamãe me ajuda que eu já não aguento mais correr nem um metro” você entra nos outros três parques:

Animal Kigdom (quando eu tava lá choveu  torrencialmente.) Hollywood Studios, um passeio pelo Boardwalk e finalmente Epcot.

Então o sofrimento é abafado pela distração, pela emoção, pela torcida, pela magia!

Ali com quase quarenta quilômetros “na lomba” ficou “crystal clear” porque escolhemos estar aqui hoje.

Eureca!

Repensando, noto que o sofrimento não está silenciado. Ele está aqui. Bem presente. É ele, que traz a cartela de cores, a valorização, a gratidão. O instante presente. Através dele, que o Mindfullness se propaga em explosão.

Essa intensidade só aparece depois dos trinta e tal quilômetros. Voilà!

Com cinco minutos a menos que a minha maratona do Goofy challenge de dez anos atrás; sem lesão, sem coca-cola e sem traumas, termina num warm hug com a Anna sob o pórtico de chegada. De emocionar!

A estreia da Si, numa maratona dentro do desafio do Dopey foi impressionante! Parabéns, mana, você tem super poderes.

Obrigada mana!

Muito incrível dividir esses momentos com você!

Obrigada mãe pelas férias, carinho nas fantasias e euforia na execução.

Amor, pelos incentivos, amor, partilha, respeito e intermináveis consultorias.

PH, pelo amor, conselhos, planejamento, alimentação, torcida (e Coca cola!)

Leandro, pelos treinos, dedicação e motivação.

À todos que fazem parte da aventura e seguem junto!

Marathon 12.694 Finishers Women 6.995

Continuemos firmes nos treinos, rumo à Vasaloppet!

6 weeks to go!