A viagem da Zette

“Vó, que país você quer visitar?”

“Butão.”

Corria a lenda de que o ultimo país que faltava para Zette conquistar era o Butão. Naquela época!

“Butão? Isso é um país?”

Sim, um país que passou a maior parte da vida da minha avó, isolado, de portas fechadas para o mundo. Seria essa riqueza cultural intocada e misteriosa que acendia lhe o desejo?

Anos depois lendo os inúmeros diários de viagem da Zette e me reconectando com ela muitas vezes atrás deles, outrora  percorrendo suas pegadas, surgiu a urgência que minha avó sempre teve; quero ir pro Butão.

Minha barreira em visitar o país era que é obrigatório ter um guia local com você (sim! E durante todo santo dia que estiver no país), isso arruinaria os planos de uma aventura das que tanto gosto; sem planejamentos e sem “lenço e nem documento.” 

Então comecei a procurar provas pelo país e descobri uma meia maratona, para incluir alguma emoção na aventura pré programada. E já que é pra incorporar um cronograma mais turístico e seguro; “Mãe! Vamos juntas pro Butão?”

Chegar no país não é muito fácil, mas tivemos bastante ajuda e assessoria, do nosso guia, que foi indicado pela Chat (juro!) (nem ele acreditou quando contei). O voo para o Butão é comprado internamente no país, são poucos aeroportos que voam pra cá. India era uma das alternativas, para mim, por questões de custo beneficio e horas de viagem, a melhor.

A aventura já começou em grande no aeroporto de Delhi! Fui transportada para um mundo tão distante de realidade e com meu fuso horário trocado, me senti alucinando o tempo inteiro que estive lá. Eu nunca tive vontade de viajar para India, e pela amostra que tive do aeroporto, agora menos ainda. Turbantes, burcas, desorganização, desinformação e muita gente! Uma grande alucinação. Sem saber se ia conseguir encontrar com a minha mãe naquele caos contra o relógio. “Mãe!” Vindas de lados diferentes do globo, finalmente reunidas no portão de embarque!

O voo tem duração de um pouco menos de duas horas. Pelden, nosso guia garantiu, janela com a vista do lado dos Himalayas. 

“O Monte Evereste te receberá.” 

O voo saía às 4:40 da manhã. Isso rendeu várias risadas e pegadinhas naquele breu de escuridão. “Olha! O Monte Evereste!”

Mas o fato é que quase no final da nossa viagem, veio um amanhecer mágico: foi possível avistar os picos nevados mais altos do nosso planeta. Depois desse show de montanhas o avião se prepara para descer. Ziguezagueando as fendas entre as montanhas, procurando o país que parece mesmo não existir. Nos alto falantes toca uma musica zen de flauta, que poetiza ainda mais o momento. Entre nuvens e uma dança em que as asas do nosso dragão parecem tocar as pontas dos ciprestes nos morros, volto a alucinar, dessa vez um sonho lindo e surreal. 

Assim que as rodas do avião tocam a pista, começo a chorar: “Vó, estamos no Butão!”

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