As Danças do Butão {Day 8}

O café da manha da casa foi o tradicional butanes; é praticamente um almoço. Do jeito que supostamente um bom café da manha deveria ser salgado e saudável. Arroz com vegetais, beringela, brocolis, mais arroz.

Hora de se despedir com um abraço, coisa que eles não fazem, mas todas as vezes que perguntamos se podíamos abraçar a resposta sempre foi positiva.

Seguimos viagem, na mais sinuosa e desfiladeiriça (haha) estrada. Sim são todas assim, mas hoje saímos dos 1.800 m de altitude e vamos dormir nos 2.900 m: Deu pra imaginar? Estamos exatamente no meio do país logo nosso guia nos mostra um templo construído exatamente como um marco dessa localização.

Viajamos mais um bocado e a primeira parada é Trongsa Dzong.

O mosteiro fortaleza, outras daquelas construções incríveis de 1647, do começo do reinado, estrategicamente construída sobre um desfiladeiro.

Quando estávamos entrando no forte, junto connosco, dezenas de meninas lindamente vestidas de kira e logo em seguida os meninos. “São estudantes.”

Ali quando chegamos descobrimos que era uma data especial e que teriam as tão sonhadas danças que tínhamos pedido para ver. Que não estavam na nossa programação porque só acontecem durante algumas datas específicas e especiais. Mas universo sabe mesmo das coisas! Talvez os langures nos trouxeram essa sorte. 

Nos instalamos no patio num cantinho atrás das estudantes e esperamos quase uma hora até o começo da cerimonia. Muito incrível ver o ritual de entrada das autoridades superiores, seus mantos e suas cores.

Atraímos olhares curiosos das nossas amigas estudantes. Uma delas se encantou com a minha mãe e deu lhe uma bala, ai voltou a confabular com a irmã porque acho que tinham ficado sem opção pra mim, depois de um tempo ela me volta com um pacote de “miojo” e me entrega com todo amor. (hahahaha)

A primeira dança que assistimos foi a Dança dos Chapéus Negros (Shana Cham) é uma das mais emblemáticas e espiritualmente significativas dos festivais budistas do Butão. Essa dança remonta aos ensinamentos do mestre Padmasambhava e representa a vitória do bem sobre o mal, purificando o ambiente de influências negativas.

Os dançarinos usam chapéus grandes e pretos, simbolizando a sabedoria suprema, e vestem trajes ricamente decorados. Acredita-se que essa dança recria um evento histórico no qual um lama budista usou poderes espirituais para subjugar um rei demoníaco que perseguia o Dharma.

Ao som de tambores e cânticos profundos, a dança cria uma atmosfera hipnótica, conectando os espectadores com o misticismo do budismo tântrico. Cada passo, giro e movimento das mãos dos dançarinos tem um significado ritualístico, ajudando a dissipar maus espíritos e trazer bênçãos para a comunidade.

“Vocês são mesmo muito afortunadas, essa primeira dança traz proteção espiritual e boa fortuna.”

 Para os butaneses, assistir a essa performance não é apenas um espetáculo, mas um ato de devoção que traz proteção espiritual. E se a gente já tinha gasto a sorte que os macacos nos trouxeram, acabamos de renova-la!

A segunda dança foi a da Deidade heróica, a das máscaras que tanto queríamos ver! Conhecida no Butão como Pacham é uma das danças sagradas mais importantes nos festivais butaneses.

Ela representa as divindades protetoras do budismo ajudando as almas dos mortos a atravessar o estado intermediário (bardo) e alcançar um renascimento positivo.

Os dançarinos, geralmente monges ou artistas locais, vestem trajes coloridos, ricamente decorados e máscaras impressionantes, que simbolizam divindades, protetores budistas, demônios e animais míticos simbolizando deidades guerreiras que protegem o Dharma e afastam influências negativas. Os movimentos são poderosos e ritmados, também acompanhados por tambores e cânticos.

Ficamos maravilhadas com as cores, movimentos e todo o ritual de cerimonia. 

Almoçamos num café na frente de uma enorme cachoeira, a comida era mais aturistada, o que para gente não é mau, ainda mais que pela primeira vez em uma semana comemos uma sobremesa: um brownie! No Butão eles não tem doces e nem sobremesas, tudo o que tivemos até hoje tinha sido uma banana caramelizada e uma maçã com uma caldinha doce. Santo brownie!

O dia termina no hotel no meio do nada (seguimos no meio do nada) mas agora com tanta altitude (2.900 m) que ao subir alguns poucos degraus já ficamos totalmente sem ar.

Amanhã tem mais!

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One Response

  1. Afortunados somos nós por termos a oportunidade de assistir através dos vossos olhos a essas danças e cores que encantam!
    ah as danças ( cá temos os ranchos folclóricos) , a comida e as pessoas contam a história mais remota de qualquer país ( incrível não é? ) o tipo de tecido as cores usadas, o tipo de calçado, tudo conta a história de sobrevivência dos povos ♡ amo, amo, amo saber esses detalhes ♡
    Obrigada ♡🙏🥰😘😘

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