Os 130 do Regate da Sunny

A ideia de ir resgatar a bike nova na Espanha virou projeto em segundos. Eu não pensava em ter companhia numa quinta feira para o plano ousado, que em pouco tempo teve aliados e virou missão. Com vocês; operação o resgate da Sunny.
Ir do porto a Valença do Minho é uma viagem de duas ou três horas de trem. Com pouco de sorte entramos no comboio certo e garantimos uma viagem mais rápida. Ismael de ferias estava feliz com a “maluqueira” do dia, como ele mesmo diz.

Essas expedições épicas de sair de um lugar e ir a outro sempre me atraem, aqui em Portugal a quantidade de linhas de trem possibilita articular e planejar qualquer boa aventura. 

A bike estava em Tui, (Obrigada Guti por cuidar da Sunny por alguns dias) cruzamos a fronteira e o resgate estava proximo! O Ismael não se cansou de dizer que não estava importando uma bike, eu estava era exportando um mecânico. Em solo espanhol nos certificamos que estava tudo em ordem e era só nos repatriarmos. “Agora!”

Ja de volta a Valença encontramos com o Nelson, mais um soldado que faria a escolta de regresso, mas não antes sem comer bacalhau ne? Mesmo porque para pedalar iríamos precisar de sustento.Estamos  falando em cento e trinta quilómetros de pedal.  Haja bacalhau!

Depois do almoço eles me convenceram que a sobremesa seria em Viana do Castelo, a 50 quilómetros dali. A primeira perna ininterrupta de pedal portanto, foi psicologicamente (e não só) longa. Mas de beleza indescritível, pedalamos na ciclovia que beira o rio Minho, num dia sem vento, reflete se a beleza dobrada.

Demorou tanto para chegar nas bolas de Berlin mais famosas de Portugal, que quando me deparei com elas foram precisas duas. “E uma Cola por favor!” (Coca aqui em Portugal é outra coisa)

Mais uns 20 quilómetros nos separamos do Nelson que tomava outro rumo. Com mais de 70 quilómetros acumulados o dia ja se despedia, e pedalamos a quilometragem restante no escuro. Ainda paramos nos Chineses para comprar pilhas para as lanternas.

E não é que foram mesmo 130 k de pedal ate chegar em casa?!

Ah…que dia de inverno ja com cara de primavera, os campos verdes, os tons dourados de final de tarde…e toda aquela açúcar da Bola de Berlim. Eu amo esse país! Obrigada Ismael e Nelson por mais um dia épico!