Treinando com as Celebration Road Bike Girls

Pelos pedais anteriores, eu já sabia o que esperar de mais um treino com as Celebration Road Bike Girls.

Mas vamos aos fatos. CRBG é um grupo de pedal feminino que formou se em Celebration, um bairro residencial em Orlando, Estados Unidos.

As outrora mulheres e donas de casa, resolveram entre as atividades rotineiras, pedalar. 

Uma delas amiga minha de anos, que até então tudo o que tínhamos feito juntas na vida envolvia esporte com copos. 

“O pedal hoje será em Lake Louisa.”Um parque florestal fechado com estradas de acesso que circundam um lago; finalmente pedalaríamos num lugar onde não teria que me preocupar com carros. “Ufa agora só preciso me concentrar nas bikes”. Como se focar “só” nas bikes fosse função fácil. 

Minha trajetória em bike de estrada foi sempre sozinha, geralmente treinando para alguma competição de mountain bike. Foram poucos treinos que fiz em pelotão no contexto road bike mesmo. Eu lembro de todos.

Chegamos no parque as 8 e pouco. O começo do treino estava marcado para as 8.15, tiramos as bikes do carro:

“Luli, arrumei seu selim numa altura que achei.” Enquanto sentava na bike emprestada percebia que o banco estava pouco alto.

“Ix! Não tenho chave para arrumar.”

Quando nos juntamos ao grupo eram 8h19 não seria educado atrasar ainda mais a saída:

“Si, eu vou com a bike assim.” Mesmo porque o selim alto seria um ótimo álibi para o meu desempenho no capítulo a seguir.

Os primeiros vinte minutos de aquecimento foram muito tranquilos o que já acendeu meu alerta vermelho.

 Misty a treinadora anuncia:

“Acelera dois minutos recupera dois.”

“Fácil.” Estava conseguindo acompanhar o grupo e me divertir.

Depois de quatro vezes esse ritual já estávamos com quarenta minutos de treino:

“Agora seis vezes seis minutos; acelera 1 descansa 5, acelera 2 descansa 4, acelera 3 descansa 3,4,2;5,1,e por último acelera 6.”

A coisa começa “suave” acelerar um minuto para morte e ter cinco de recuperação estava bom.

Nos dois minutos de aceleração passei por uma placa de STOP. Confesso que nunca tive tanta vontade de obedecer um sinal na vida.

Quando chegou “acelera 3” os 3 subsequentes que seriam de recuperação eu estava usando para tentar me agrupar novamente e logo quando esbaforida alcancei a turma ouvi a treinadora gritar; “10 seconds to go!”

“Si, socorro não vou conseguir acompanhar. Levanta a mão quando acabarem os quatro minutos.”

“Go!”

Luta contra o pedaleiro para por mais força e não deixar eles abrirem tanto. Em vão. Vi o pelotão se afastando e ri por antecipação pensando na Simone com a mão levantada já numa distância onde eu não a enxergaria. Dito e feito.

“Acelera 5” já era eu comigo mesma, torcendo para não me perder no parque e pensado: “Por que raios estou acelerando se ninguém está vendo?” Quando cruzo outra placa, dessa vez; “Caution Wild life crossing” com o desenho de uma TARTARUGA:

“Pronto! Fui promovida a vida selvagem agora.”

Nos “acelera 6” eu já tinha rezado inclusive para os Deuses que não conheço. 

Quando encosta Luciana “Bora Luli! Eu queria acelerar hoje mas não posso, meu treino é giro de recuperação.”

Agora imagina o cenário: eu com o coração na boca vendo a minha pulsação ir ao limite máximo enquanto a velocidade caminhava no sentido inverso e vem uma criatura ao meu lado p a s s e a n d o. Valha me Deus!

Mais uma placa; sai a tartaruga e entra um veadinho. Essa definitivamente seria a Dri, minha irmã, me mandando o recado; “Bichaaaaa!”

O grupo se juntou novamente com uma hora e meia de treino e quarenta quilômetros, eu já indo rumo ao carro quando Misty grita novamente:

“6 x 6 minutes, again!”

“Oh nooooo!”

***

Valeu meninas brutas, definitivamente quando eu crescer quero ser como vocês! 

Para vocês amigos que quiserem acompanhar mais um pouco; 3 dessas super atletas que formam as @celebrationroadbikegirls estão treinando para a RAAM (Race Across America) e em junho serão a primeira equipe feminina brasileira a competir essa prova mítica de bike que cruza os Estados Unidos.

Eu sigo, onde consigo; para já a distância, mas cheia de vontade de estar cada vez mais perto.

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