4 Islands Stage 1 Krk Island

Stage 1 –  I am a Rock-it man! 71 quilômetros com 1750 metros de ascensão

Hoje em dia, o mundo está disparando foguetes para o espaço sideral. Quem sabe, a humanidade pode voltar à idade de ouro da exploração espacial e pousar na lua novamente! Bem, com certeza vamos tentar com vocês, nossos próprios bikeonautas! No início, você subirá uma trilha estreita e única para chegar a 12 km de extensão da famosa Superfície da Lua de Krk usando apenas o combustível de jato em suas pernas. Nenhum Elon Musk vai ajudá-lo aqui, mas nossos voluntários estarão torcendo por todo o caminho.” 

Nesse ano de pandemia a competição tem muito menos atletas que as edições anteriores.

Por outro lado o nível competitivo está altíssimo; com as poucas competições UCI que tem por aí a 4 Islands é uma excelente opção para os atletas Europeus.

O que eu gosto dessa prova é que apesar de ser uma competição UCI ela sempre reúne entusiastas e tem um clima de festa.

2021 menos.

Isso não me tira as antenas, capa ou varinha de condão da mão. Se a turma da bagunça é minoria aqui, nós iremos representá-la com orgulho.

Para a largada a organização estava ocupadíssima tentando posicionar os atletas distanciados socialmente e por ordem de classificação.

10:00 alinhados começamos a animar a festa.

10:06’30” podemos tirar as máscaras.

10:07’  Largada mixed teams, masters etc. Bora!

A gente já conhecia bem essa primeira subida de hoje porque já tínhamos testado ela dois dias atrás. Sabíamos que no primeiro trecho de asfalto poderíamos subir clipados. A subida tem vistas maravilhosas de Baška e o dia ensolarado prometia beleza extra.

Seguimos ritmados e desclipamos quando começaram as pedras. “Ah as pedras!” O dia hoje será todo delas.

Chegamos ao Moon Surface. Aqui toda a superfície é de pedras brancas numa paisagem árida que lembra mesmo a lua.

Com 43 minutos de prova eu ainda não tinha conseguido beber água. Não por esquecimento, mas é tanta trepidação que tirar a garrafa da bike é uma manobra muito radical.

La pelos 20 quilômetros de prova numa descida em alcatrão fomos ultrapassados por uma dupla mista, mas logo entramos numa subida muito técnica de pedras e começamos a tirar a diferença novamente.

Conhecendo a etapa de hoje e vendo o nível técnico deles pensei; “Hoje, me desculpem, a etapa é nossa, amanhã pode até ser que não.”

Ouço o Rui falando: “Vem certinho.”

“Estou tranquila, deixa chegar no downhill para Punat.”

Encostamos neles e apesar da pouca vontade, depois de insistirmos eles nos deixaram passar.

Aí veio o tal downhill! A descida, pra mim, faz valer o dia. T É C N I C A e cheia de pedras!

O Rui some. Nosso combinado é nos juntarmos quando o downhill termina. Passo uma dupla masculina com as bikes à mão, que prontamente abrem. Chego lá embaixo com todos os parafusos e esqueleto solto e com sorriso de orelha a orelha.

No quilômetro 30 uma outra dupla mista cola na gente. Mais um uphill técnico mas esses tinham habilidade  e força. Ali a gente ainda conseguiu conectar a trela e mesmo com tantas pedras na trilha seguimos ritmados. Eu estava morrendo.

“5 k para o abastecimento!”

Ok, aguento a pressão até lá. Poker face!

No segundo abastecimento eu precisava comer. Bebi uma coca-cola enquanto o Rui pegava a nossa pipoca.

Os abastecimentos na versão pandemia não tem nada além de barras e géis. “Eca!” A gente teve que se garantir e levar nossa comida nas costas do Rui. (Tá bom; “a gente é muita gente!” hihihi)

A dupla estava visivelmente melhor que eu, e saíram rapidamente do abastecimento. Nunca mais os pegamos.

Daí em diante seguimos sempre sozinhos. Já faltando menos de 10k para o final com a trela presa resvalei no pneu do Rui e foi o suficiente para quase matar ele do coração. Que susto! Melhor desclipar!

Com 4:58 de prova terminamos os 71 k e primeiro estágio da competição. Felizes!

Aí a gente deixa as bikes de lado e vamos sentar para comer qualquer coisa.

Quando vemos uma comissão de prancheta na mão analisando a bike do Rui, trela, tirando foto do frontal. Uma reunião da UCI em peso ali nos pés das nossas bikes.

Aí vem um dos comissários extremamente rude perguntando o que achamos que estamos fazendo? Se estamos nos divertindo com isso?

“Sim! Estamos!” Hahahaha

Mas o “Sr. Bad Cop” foi rude mesmo, sentindo-se cheio de autoridade. Chegou já apontando o dedo e acusando em voz alta. Para gente, ele perdeu a razão aí.

O outro, o “good cop” UCI quando me reconheceu de antenas e óculos de flor, abriu um sorriso atrás da máscara e deve ter pensado o tempo em vão que eles estariam perdendo.

Então vá lá;

Amiga UCI,

Nosso objetivo principal aqui apesar de sermos competitivos, é a pura diversão. Curtir as trilhas desse país maravilhoso, o mountain bike técnico e raiz.

Se querem motivos para nos desclassificarem e nos tirarem o suado 12o lugar, não precisam nem chegar na trela; meus meiões no joelho, meu frontal alterado com autocolantes floridos, e antenas no capacete, já nos põe encabeçando a lista dos foras da lei.

E amanhã quando verem a “Ola” e todos os atletas gritando felizes na largada, saibam; foi a gente que começou!

Ah, e antes que eu me esqueça, a trela fica na bike!

Obrigada a todos que tem enviado energias, sol e boas vibrações. Amanhã mais cenas desse eletrizante capítulo. Hihihi!

Olaaaaaaaaa!!!

 

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2 Responses

  1. Huhu super Luli! Adorando acompanhar! Quase fomos esse ano e agora tô aqui louca para ir ano que vem! Continue animando os da prova e os de fora :)!

  2. Isso ai mana, mostra pra UCI que flores e cores são para as pessoas serem felizes e não quer dizer que não saibam competir.
    Ólaaaaa… yhaaaaaa

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