Baepi {Raios!}

“Um banho de chuva, banho de chuva…Ai aiai ai aiaiai aiai…”

A gente passou a manhã inteira esperando para ver se a programação poderia ser andar de barco, mas não!

Fomos de carro para o lado “civilizado” da Ilha. Almoçamos e:

“Vamos subir o Baepi?”

Para chegar até a portaria do Parque já deixamos uma altimetria para trás, mas não se animem a subida aqui é sinistra.

Para quem não conhece, o Pico do Baepi tem 1048m de altitude, não é o mais alto da Ilha, mas é provavelmente o mais famoso porque tem trilha de acesso. São pouco mais de 3,5k de subida, com obviamente trechos muito íngremes.

“Vão até a vista?” Pergunta nos na entrada.

“Não vamos até o Pico mesmo.”

Quando caminhávamos sentido a vista já víamos a tempestade em Caraguá.

“Será que vamos apanhar chuva?”

“O Thomaz falava que a chuva nunca vinha de lá para cá.”

Começamos a apertar o passo; a primeira parte da subida é num descampado.

“Senti um pingo.”

O grande problema da chuva aqui no Brasil é que vem acompanhada de raios e trovoadas. Dava para sentir o relampejar aumentar e vir na nossa direção.

Foi só entrar na mata fechada que caiu o mundo. A chuva no Brasil é digna de pronúncia cheia. É letra de musica. Em menos de um minuto estamos completamente encharcados! Aquele banho que lava a alma, que se expande feliz. Chuva que me remete à infância. Chuva de país tropical. Êh coisa boa!

Os raios é que não estavam na programação.

“O que fazemos?”

Talvez podemos escolher um local na trilha que tenham menos árvores altas. É rezar pro raio cair para outras bandas.

Ficamos um pouco parados e logo decidimos seguir na trilha. Ainda são 3 da tarde mas escureceu.

Eu sofro e com o acumulado de trekking da semana, subo degrau por degrau fazendo uma gestão de esforço.

“Tá devagar porque?”

“Tô tentando enxergar onde piso.”

“Quando chove não tem cobra.”

Se a crença popular for dos mesmos autores de “a chuva de Caraguá não vem pra cá.” Talvez seja o caso de nos preocuparmos.

Encantramos 3 pessoas que desciam:

“As condições estão muito escorregadias.”

Continuamos.

Com 1h40 de escalada, nos aproximamos do cume a chuva voltou intensificar se. Fala sério!?

No topo ainda deu para enxergar uma parte de trás da vista das montanhas que estava se encobrindo de névoa.

“Tira uma foto, tira uma foto.”

“Vamos embora que está perigoso.”

Virou as costas e saiu correndo, me deixando ali. Depois a gente riu.

A descida estava bem escorregadia, cheia de barro e folhas molhadas.

O Tom disparava na frente e depois de um tempo me esperava.

“É! Jararacussu!”

“Onde?”

No meio da trilha, como se nada fosse, estava lá, a bichona peçonhenta.

“Quando chove não tem cobra…”

Desvia o percurso e não mexe com ela.

Quando saímos da mata, já via se novamente o Pico, a paisagem, e não chovia mais.

Em momentos assim, eu lembro que um amigo meu fala que atraio perrengue. Mas isso deve ser crença popular!

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2 Responses

  1. Mana, tu não atrais perrengue, tu és o pereengue🤣🤣 mas eu te amo por isso mesmo🤣🤣🤣🥰🥰
    Ai brasil, tenho até medo de te conhecer mas esse medo me atrai!🥰🥰

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